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A CULPA É DA MULHER ?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

terça-feira, 2 de novembro de 2010

sábado, 11 de setembro de 2010

domingo, 1 de agosto de 2010

terça-feira, 20 de julho de 2010

quarta-feira, 28 de abril de 2010

SALVEM AS MULHERES

SALVEM AS MULHERES




(LUIS FERNANDO VERÍSSIMO)



O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana. Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem as Mulheres!'. Tomem aqui os meus parcos conhecimentos em fisiologia da feminilidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:



Habitat - Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.




Alimentação correta - Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um 'eu te amo' no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. Flores também fazem parte de seu cardápio. Mulher que não recebe flores, murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial. Música ambiente e um espumante num quarto de hotel são muito bem digeridos e ainda incentiva o acasalamento, o que, além de preservar a espécie, facilitam a sua procriação.


Respeite a natureza - Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação... Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso. Não tolha a sua vaidade. É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shopping. Só não incentive muito estes últimos pontos, ou você criará um monstro consumista.




Cérebro feminino não é um mito - Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram!). Então, agüente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração. Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens: a inteligência não funciona como repelente para as mulheres.











Não confunda as subespécies - Mãe é a mulher que amamentou você e o ajudou a se transformar em adulto. Amante é a mulher que o transforma diariamente em homem. Cada uma tem o seu período de atuação e determinado grau de influência ao longo de sua vida. Trocar uma pela outra não só vai prejudicar você como destruirá o que há de melhor em ambas.


Não faça sombra sobre ela - Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.



Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo!

oferecimento , Dra Patricia Bono ,Advogada

domingo, 25 de abril de 2010

DAMAS

As damas do dia, damas da noite
Entre a carne e o espírito, a tão comedida esposa Severine só encontrava paz nas suas tardes como Belle de Jour. (Catherine Deneuveuve, 1967)
"Uma dama na sociedade, uma puta na cama" é uma frase que deveria se orgulhar de transitar por aí cheia de adesões mesmo sendo tão amoral. Ela consegue reunir num espaço curto litros de devassidão que, misturada a uma discreta malícia cria a espiritualidade ideal para que não seja apedrejada em praça pública. Claro, os protestos teriam sua razão de ser: durante séculos as mulheres tiveram como prioridade serem as esposas ideiais, sempre boazinhas e bem arrumadas, obedientes. Da porta para fora, finas e recatadas, capazes de engrandecer o homem que acompanham, serem bem vistas e publicamente virtuosas.
Quando o século XIX inventou a privacidade, o maior problema de todos era conter os desejos que apareciam agora que cada um tinha seu quarto, agora que os casais descobriam as quatro paredes; mas como a mocinha e depois a mulher poderia dar vazão às vontades e depois comparecer ao chá beneficente no clube de leitura? Sexo devia ser no escuro, limpo, de preferência com um crucifixo na cabeceira da cama para Deus assistir e bater palma: a reprodução estava garantida, a infelicidade íntima também. Mas, ao contrário delas, os maridos não ficavam no redirecionamento das energias para o crochê, o piano, ou os filhos. Eram nos bordéis que tradicionalmente começavam sua vida sexual, e era no bordel que iam fazer tudo o contrário do que recomendavam a igreja e a sociedade organizada.
As damas do dia, damas da noite
O jovem aristocrata Armand enfrentaria tudo pelo amor da cobiçada cortesã Marguerite Gautier no romance de Alexandre Dumas. Tornado em ópera, filme e outras tantas adaptações A Dama das Camélias confunde-se com a história do próprio autor. (Greta Garbo em Camille, 1936)
A imaginação que temos dessas valentes profissionais do sexo é sempre alegre: muita música, espartilhos apertadíssimos e cigarros de piteira, todas as polonesas, brasileiras e argentinas - ali, invariavelmente, francesas - são galhofeiras, dispostas a praticamente tudo na cama, na noite, no álcool. Amigas sem frescuras. Mas quem é que vai apresentar a Rose Sofie pra mamãe?
Uma puta na sociedade, uma dama na cama
As mulheres de braços dados exigindo direitos iguais são só uma imagem de jornal frente à revolução mundial provocada por cada uma que desafiou pai, marido, filho e tias recalcadas em prol de um trabalho bem pago, de voto, de minissaia e de orgasmos. Múltiplos, por favor.
Mas a ideia das putas continua fascinando. Aquela coisa mítica de mulheres liberais, libertinas, que enfrentam os perigos mais absurdos, os amores mais platônicos sem deixar o rímel borrado estragar o charme. Qualquer menina que quisesse ser atriz, modelo ou cantora virava puta no disse me disse, era automático; é um gosto de corpo solto no mundo. Como não admirar? A despeito das ombreiras que transformaram mulheres em homens, elas permaneceram sempre na obrigação profissional de serem femininas, da escort mais cara à gordinha da Praça Tiradentes, sedução é pra pagar o almoço.
As damas do dia, damas da noite
Gabriela Leite é ex-prostituta da Boca do Lixo em São Paulo, socióloga formada pela USP e idealizadora da potente grife DASPU: "eu não aguentava aquela vidinha de escritório, pegando ônibus..."
Hoje as mulheres percebem que queimar sutiãs não foi sentença de mudança de sexo, nem precisamos ser assexuadas. Uma puta na sociedade, uma dama na cama; ninguém precisa deixar de querer ser mãe, de gostar de cozinhar, de ser desejada. Não é questão de escolha, mas de trânsito, de poder andar e ser o que quiser, quando pintar vontade, quando precisar. Podem fumar e gargalhar alto feito uma pomba gira ou podem presidir reuniões tanto de cúpula quanto de cópula nas dominações e submissões - todas dignas. Aprendemos com as biscates reais e ficcionais, que mulher mesmo é isso, escolher todo dia ser pela ambigüidade.
As damas do dia, damas da noite
Irremediavelmente atraída pelas casas de striptease no caminho de casa, a tímida telefonista Brook Busey tornou-se Diablo Cody. A dançarina, escritora e roteirista ganhadora do Oscar, certa vez teve o seio ferido durante um programa.
As damas do dia, damas da noite
O Moulin Rouge habita o imaginário como um lugar onde o luxo e a solidão se misturam de modo febril ao can can, às cores, bebidas e cintas-liga.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu

CNJ decide aposentar juíza que prendeu garota em cela masculina no PA
Diego Abreu
Fernanda Lobo
Publicação: 20/04/2010 14:15 Atualização: 20/04/2010 15:02

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu no início da tarde desta terça-feira (20/4) aposentar compulsoriamente a juíza Clarice Maria de Andrade, acusada de determinar a prisão de uma adolescente de 15 anos em uma cela com 20 homens, em 2007, na cidade de Abaetetuba (Pará). A magistrada pode recorrer da ação no Supremo Tribunal Federal (STF).

A aposentadoria compulsória é a pena máxima prevista para magistrados. O conselheiro relator do caso, Felipe Locke, disse que a punição aplicada à juíza foi motivada por dois fatores: pela prisao irregular da menina - sendo que segundo ele, a juíza teria visitado o local onde ocorreu a prisao - e também por ela ter alterado a documentação referente ao caso.


"Ela ratificou uma prisão em flagrante, que era absolutamente irregular na medida que mantinha uma pessoa do sexo feminino numa cadeia absolutamente emprestável, que ela conhecia porque tinha estado três dias antes da prisão", afirmou Locke.  O conselheiro disse ainda que o Conselho vai pedir a abertura de uma ação penal contra a magistrada.

Desde o episódio ocorrido em 2007, o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) não aplicou qualquer tipo de punição à juíza.
Relembre o caso

Em 2007, uma menor de idade - cujo nome será preservado em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - foi presa por furto e passou 24 dias dividindo a cela com duas dezenas de homens em Abaetetuba, interior do Pará. A adolescente, viciada em drogas, era obrigada a praticar sexo em troca de comida.

Dois policiais teriam sido responsáveis por cortar o cabelo da jovem para que ela parecesse menino. De acordo com a Polícia Civil, em Abaetetuba não há carceragem feminina e a jovem teria ficado durante um mês junto com presos condenados porque estava sem carteira de identidade, impossibilitando a comprovação a idade.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/04/20/brasil,i=187491/CNJ+DECIDE+APOSENTAR+JUIZA+Q

domingo, 4 de abril de 2010

“perdão por erros coletivos”

03/04/2010 11.52.32



PREGADOR DO PAPA: HOMENS PEÇAM PERDÃO ÀS MULHERES POR VIOLÊNCIA




Cidade do Vaticano, 03 abr (RV) - Ontem à tarde, na Basílica de São Pedro, o Papa presidiu a celebração da Paixão do Senhor. No rito, o franciscano capuchinho Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia desde 1980, proferiu a homilia.

Sentado, olhando para baixo, Bento XVI ouviu Frei Cantalamessa recordar que “com a cruz, Cristo inverteu a lógica da violência, derrotando-a. Inaugurou um novo gênero de vitória, que não consiste em fazer vítimas, mas sim em fazer-se vítima. No entanto, a violência continua a predominar nas relações humanas, dos poderosos contra os fracos e infelizmente, no ambiente onde deveria reinar o respeito recíproco e o amor: na relação entre marido e mulher”.

Insistindo na gravidade da violência contra a mulher, o pregador capuchinho refletiu que “esta é uma ocasião apropriada para levar as pessoas e instituições que lutam contra essa violência à compreensão de que Cristo é seu melhor aliado”.

“Quando se abandona a visão cristã, perde-se esta conquista e volta-se a exaltar o forte, o poderoso”.

“Infelizmente, porém, a mesma cultura contemporânea que condena a violência, por outras vezes, a favorece e exalta. Nos escandalizamos diante de certos fatos violentos, mas não nos damos conta de que se prepara o terreno para que estes ocorram justamente com aquilo que é anunciado nas páginas dos jornais ou nos programas de televisão”.

No dia em que decorreram cinco anos da morte de Karol Wojtyla, o pregador propôs, a exemplo de João Paulo II, uma petição de “perdão por erros coletivos”, o perdão que uma metade da humanidade deveria pedir à outra metade, os homens às mulheres:

“Esse pedido não deve permanecer genérico ou abstrato. Deve levar a gestos concretos de conversão, a palavras de desculpas e de reconciliação no seio da família e da sociedade”.
(CM)

http://www.oecumene.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=369401

sexta-feira, 26 de março de 2010

A saúde das mulheres

A saúde não é igual para a mulher pobre criar PDF versão para impressão enviar por e-mail
26-Mar-2010
Mulher pobre. Fotoo de gregor y, FlickRA desigualdade de género na saúde acentua-se para as mulheres mais vulneráveis, como as pobres, indígenas, afrodescendentes e adolescentes, afirma neste artigo a argentina Mirta Roses.
O tratamento sanitário no contexto da desigualdade de género reflecte-se no estudo "As mulheres e a saúde. Os dados de hoje, a agenda de amanhã" da Organização Mundial da Saúde (OMS) e em "A saúde das mulheres e dos homens nas Américas. Perfil 2009", que a Organização Pan-Americana de Saúde (OPS) divulgou este mês. O avanço feminino na educação e no acesso ao mercado de trabalho nas Américas não foi parelho com similar progresso no exercício do direito à saúde. As desigualdades de género que impedem as mulheres de ter o máximo nível de saúde, acentuam-se nas populações mais vulneráveis, como as pobres, indígenas, afrodescendentes, adolescentes e rurais.
Os graus de mortalidade materna, a evolução das infecções de HIV/sida e a violência são três dos aspectos examinados no estudo da OPS. Apesar de as mortes maternas serem evitáveis, persistem níveis muito altos nas Américas. A taxa de mortalidade materna é de 63,7% por cem mil nascidos vivos, com uma amplitude que vai de 8,8 no Canadá a 630 no Haiti. A mortalidade materna é a primeira causa de morte nas mulheres entre os 15 e 24 anos nalguns países. Isto deve-se a desigualdades na prevenção e na atenção.
Assim, a mortalidade materna é menor quando as mulheres têm acesso ao planeamento familiar, mas o estudo revela que as adolescentes, as indígenas e as pobres são as mais afectadas pela falta de assistência. Da mesma forma, o acesso a cuidados profissionais na gravidez e no parto apresentam grandes disparidades, com as mulheres daqueles mesmos sectores sendo as mais prejudicadas. Nos últimos anos, o HIV (vírus da deficiência imunológica humana) aumentou rapidamente entre as mulheres, com proporções mais altas do que nos homens e em alguns países das Caraíbas e da América Central, especialmente no grupo de 15 a 24 anos de idade.
A violência contra as mulheres é um problema de saúde pública que afecta todos os grupos de população das Américas. A violência física aparece junto com a psicológica e muitas vezes com a sexual. O impacto desta na saúde reprodutiva pode ser grave, inclusive com risco de contrair o HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis. Nos países com informação disponível, regista-se alta prevalência de violência física e sexual contra a mulher por parte do marido ou companheiro. A proporção de mulheres que declararam ter sofrido violência física varia entre 14% e 52%, enquanto a violência sexual tem amplitude de 4% a 15%.
O perfil da mortalidade continental mudou nas últimas décadas. Na maioria dos países, afecções crónicas degenerativas e causas externas, como acidentes e homicídios, vão deslocando doenças transmissíveis como causas principais de morbidade e mortalidade. Essa mudança tem um efeito desproporcional nas mulheres. A crescente prevalência de doenças crónicas, somada à privatização da saúde, elevou a procura por atenção sanitária nos lares, tarefa assumida sobretudo pelas mulheres, sem reconhecimento social nem económico, nem ponderação das consequências sobre sua saúde física e mental.
Há estudos mostrando que algumas mulheres se vêem obrigadas a deixar os seus trabalhos remunerados para cuidar em casa de pessoas que precisam de atenção. Após cem anos de luta pela igualdade de género, houve avanços inegáveis, mas ainda temos muito caminho pela frente. É necessário elevar a consciência e mobilizar energias da sociedade civil para exigir políticas públicas que, com decisão, firmeza e celeridade, corrijam as desigualdades que afectam a saúde das mulheres.
Mirta Roses é directora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPS). Direitos exclusivos IPS. 

http://www.esquerda.net/content/view/15800/26/

mulheres torturadas na ditadura

Livro com depoimento de mulheres torturadas na ditadura é lançado em São Paulo
Agência Brasil
Publicação: 25/03/2010 17:08

Com relatos como o da jornalista Rose Nogueira, torturada durante o regime militar, foi lançado hoje (25), em São Paulo, o livro Luta, Substantivo Feminino.
Pelo relato de Rose, tem-se uma ideia do que as mulheres sofreram no período. "No meio desse terror, levaram-me para a carceragem, onde um enfermeiro preparava uma injeção. Lutei como podia, joguei a latinha da seringa no chão, mas um outro segurou-me e o enfermeiro aplicou a injeção na minha coxa. O torturador zombava: ‘Esse leitinho o nenê não vai ter mais’. ‘E se não melhorar, vai para o barranco, porque aqui ninguém fica doente.’ Esse foi o começo da pior parte. Passaram a ameaçar buscar meu filho. ‘Vamos quebrar a perna’, dizia um. ‘Queimar com cigarro’, dizia outro.
Essas são as frases da jornalista que constam no livro, cujo lançamento teve a participação dos ministros Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, e Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, no auditório da Pontífica Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
"Este livro é o que chamo de terceiro filho do Direito à Memória e à Verdade, lançado pelo presidente Lula, em 2007. Há muitos enfoques a serem completados sobre a ditadura militar e o da mulher era um deles", disse Vanucchi.
Para Nilcéia, o livro é "mais um elemento para deixar o passado vivo e , assim, construirmos um presente e um futuro sem temores". "A impressão que tenho lendo os livros de história é que este país foi construído apenas pelos homens. Este livro resgata a contribuição das mulheres para reconquistar a liberdade e na reconstrução da democracia brasileira", completou a ministra.
Com tiragem inicial de 2,5 mil exemplares, o livro traz 27 depoimentos de mulheres como Rose, que foram torturadas durante a ditadura, além do perfil de 45 mulheres assassinadas e desaparecidas no Brasil entre 1964 e 1985.
No seu discurso, Vannuchi comentou que, apesar de ter sido barbaramente torturada no período militar, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ficou de fora do livro para "evitar qualquer comentário de que a publicação tenha conotações políticas". No auditório da PUC, o ministro pronunciou o nome de algumas das sobreviventes cujos depoimentos estão no livro e todas foram aplaudidas de pé pelos estudantes.
"Estou muito feliz em ver que a geração de vocês vê a ditadura com um olhar de história, e não carrega as duras marcas que a minha geração tem, e está aqui hoje, prestigiando o evento", disse Vannuchi.
A secretária de Políticas das Mulheres disse ainda que tinha a "esperança renovada toda vez que venho à uma universidade e vejo a juventude comprometida com o futuro".
A estudante do quinto ano de direito da PUC, Graziela Santos, foi ao evento e disse que há muito tempo não via o auditório lotado como hoje no lançamento do livro. "Semana passada, teve um evento internacional com apenas dez pessoas", disse. A aluna, que está estudando a questão da tortura sob a orientação de um professor de direitos humanos, comentou que acha importante a publicação de livros como este. "Os torturadores sempre vão existir, é por isso que precisamos nos fortalecer como um Estado Democrático de Direito".

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/03/25/brasil,i=181968/LIVRO+COM+DEPOIMENTO+DE+MULHER

sábado, 20 de março de 2010

sábado, 6 de março de 2010

ADULTÉRIO EXISTE ?

sábado, 6 de março de 2010

Família: adultério, Justiça e valor moral

O adultério deixou de ser crime no Brasil em 2005, mas continua gerando polêmicas. Vítimas de adultério têm ingressado com ações judiciais com o objetivo de receber indenização por danos morais dos adúlteros ou até mesmo da terceira pessoa envolvida na relação extraconjugal, o ou a amante.

O caso mais recente aconteceu no Mato Grosso do Sul, onde o marido foi condenado a pagar à mulher R$ 53,9 mil por terem sido descobertas algumas relações extraconjugais dele. Em uma delas teve uma filha, hoje adulta.

A ex-mulher ingressou com ação pleiteando indenização por danos morais, que teria sofrido diante da conduta adúltera do ex-marido. Ela passou por uma avaliação psicológica, tendo o laudo concluído que sofria de angústia, ansiedade, negativismo e depressão por conta da decepção que sofreu e desgostos que vivenciou na relação conjugal.

O juiz Luiz Claudio Bonassini da Silva, da 3ª Vara da Família e Sucessões de Campo Grande (MS), atestou o sofrimento e a humilhação a que o adúltero submeteu sua esposa. Afirmou em sua decisão que um casamento de mais de 30 anos merecia um “final mais digno”. Com a violação dos deveres do matrimônio, o ex-marido impôs à ex-esposa danos morais, já que sua dignidade como pessoa humana foi ofendida e a conduta do ex-marido tornou insuportável a vida em comum.

Já em Planaltina, no Distrito Federal, ocorreu caso inverso. Uma mulher foi condenada a indenizar seu ex-marido por ter sido flagrada, na cama do casal, com outro homem. A cena foi presenciada por testemunhas que ingressaram no quarto acompanhando o então marido da adúltera, por imaginar ter ocorrido algum acidente com sua esposa, que não atendia à campainha nem a telefonemas. A sentença condenou a ex-esposa ao pagamento de R$ 14 mil. Porém, o valor foi reduzido a R$ 7 mil, acolhendo recurso interposto pela ex-esposa comprovando que não tinha recursos financeiros para o pagamento da quantia fixada anteriormente.

Os julgadores do recurso deixaram claro que a infidelidade não gera obrigação de indenizar diante de fato que pode não passar de um vexame pessoal, que pode provocar “o desencanto no final de um relacionamento amoroso”. Porém, no caso desse processo, as conseqüências teriam sido muito piores já que o marido traído foi gravemente humilhado e exposto (diante do fato de testemunhas terem presenciado a cena), tendo sido violada sua honra.

Outro caso inusitado ocorreu em Goiânia (GO), em setembro de 2008. Desta vez, a amante do adúltero foi condenada a indenizar a ex-esposa traída em R$ 31.125,00. Ficaram provadas no processo condutas da amante que levaram à ex-esposa a intenso sofrimento, tendo, inclusive, que se submeter a um tratamento psiquiátrico, além de ser forçada a mudar de endereço e emprego, ante a humilhação à qual foi submetida.

Na realidade, a amante de seu marido enfrentou a ex-esposa com a nítida intenção de provocar o fim de longo casamento e a desestabilização emocional da vítima, chegando ao ponto de fragilizar o relacionamento dela com seus filhos. Nesse caso, houve a condenação da amante e não do ex-marido, por ter sido apurado o comportamento dela em relação à vítima e não em decorrência da relação extraconjugal.

Em maio de 2008 o Tribunal de Justiça julgou caso ocorrido em Ourinhos, onde o ex-marido requereu indenização por ter sido traído por sua ex-esposa. Ocorre que foi apurado que o relacionamento extraconjugal já tinha se tornado público e muito comentado na cidade e, segundo desembargadores, o ex-marido, “apesar de tamanha turbulência, [manteve-se] em uma passividade inexplicável”. Dessa forma o ex-marido já suportara a humilhação e manteve-se passivo durante muito tempo e, por isso, julgou-se que o sentimento de desgosto não lhe foi insuportável e nem lhe trouxe profunda dor ou sofrimento, daí o descabimento de se fixar uma indenização que pudesse beneficiá-lo.

O mais interessante nesse caso é o posicionamento dos julgadores que, apesar de manterem um consenso em relação ao julgamento do caso, posicionaram-se de forma diametralmente oposta em relação ao adultério: um dos desembargadores afirmou que “o só comportamento [adultério] já causa mal à pessoa, ofendendo sua dignidade, ferindo seu amor próprio. Caracteriza, portanto, ofensa grave e, para alguns, insuportável”. Já outro se colocou no sentido de que “o fim do relacionamento pelo fato de algum dos cônjuges ou companheiros encontrar outra pessoa é não só previsível como de pouca importância do ponto de vista moral”. Ver assim o adultério não seria banalizar os relacionamentos e, sim, adequá-los ao mundo moderno.

O Código Civil de 2002 estabelece quais são os deveres que decorrem do casamento: fidelidade, vida em comum no domicílio conjugal, assistência, respeito e consideração mútuos, além do sustento, guarda e educação dos filhos. Mas, na realidade, o que mais tem sido levado em conta não é o fato de ter sido cometido o adultério e, sim, os prejuízos psíquicos e morais que ele tenha imposto à vítima da traição. A análise é feita caso a caso, como se vê nas últimas decisões do Judiciário brasileiro.

O adultério propriamente dito não é mais punido criminalmente nem traz conseqüências na esfera civil, em um primeiro plano, mas pode ter implícitos determinados traços que conduzam os juízes a entendimentos diversos sobre o mesmo tema. O contexto no qual foi praticado o adultério é o fator determinante para aplicação ou não da obrigação de indenizar e do valor indenizatório
 
 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Para quem mata mulheres a punição deveria ser mais severa”, avaliou Cavalcanti.

Violência contra mulheres gera debate
A violência contra a mulher vem aumentando no Estado. De 2007 a 2009, o número de casos passou de 277 para 290, crescimento de 5%. Os dados, repassados ontem pela deputada Terezinha Nunes (PSDB), são da Secretaria de Defesa Social (SDS) e do site Pebodycount.
“Somente nos primeiros dias do ano, seis mulheres foram mortas”, destacou, citando o assassinato, na semana passada, de uma turista alemã, entre outros casos. O vice-líder da bancada de Oposição, deputado Alberto Feitosa (PR), rebateu, informando que “o governador Eduardo Campos (PSB) foi um dos primeiros a instalar uma Secretaria para tratar da defesa da mulher”.
Para Terezinha, enquanto o governador comemora a redução de 12% no registro geral de homicídios no Estado, por meio de propaganda, omite casos relacionados às mulheres. “É preciso discutir o assunto de forma transparente”, defendeu, lembrando que, em 2007, Campos lançou o plano de segurança para erradicar a violência contra a mulher, “mas esse não saiu do papel”. “Disseram que seriam construídas dez novas delegacias especializadas; 13 defensorias públicas, além de outras ações ”, cobrou.
O Governo, de acordo Feitosa, “não esconde estatísticas sobre a criminalidade, ao contrário do que ocorria na gestão passada”. “Eduardo tem a aprovação de 80% da população. Nenhuma entidade contestou os dados do Governo e Terezinha desconhece o Pacto pela Vida. Não se pode discutir um tema importante com tão poucas informações”, rebateu, enumerando ações implementadas como o Projeto Mãe Coruja, que congrega várias iniciativas de apoio às gestantes usuárias do sistema público de saúde.
Em apartes, Maviael Cavalcanti (DEM), Bringel (PSDB), Jacilda Urquisa (PMDB), Izaías Régis (PTB), Isabel Cristina (PT) e Luciano Moura (PCdoB) também se pronunciaram. “Para quem mata mulheres a punição deveria ser mais severa”, avaliou Cavalcanti. Bringel disse que aguarda a instalação de uma Delegacia da Mulher em Ouricuri, solicitada por ele no início da legislatura, e Jacilda frisou que, por falta de apoio do poder público, as mulheres temem denunciar os agressores.
“A maioria dos crimes é passional e não tem como a Polícia agir preventivamente”, observou Régis. Isabel destacou a importância do tema, entretanto disse que ele perde a essência quando é politizado. “Nos oito anos do Governo anterior, não se falava em política de segurança pública”, criticou Moura.
http://www.fisepe.pe.gov.br/cepe/materias2010/fev/legi04250210.htm

ACONTECE NA ESPANHA FEVEREIRO DE 2010

Espanha legaliza aborto até a 14ª

O aborto agora é legal na Espanha. Mulheres, inclusive adolescentes entre 16 e 18 anos, que estejam até na 14ª semana têm direito de fazer aborto. Na quarta-feira (24), o senado espanhol aprovou em definitivo a chamada Lei de Saúde Sexual e Reprodutiva e da Interrupção Voluntária da Gravidez, que já havia sido ratificada pela Câmara dos Deputados em dezembro passado. A lei teve 132 votos favoráveis, 126 contrários e uma abstenção, sendo que entrará em vigor quatro meses depois da sua publicação no diário oficial. As informações são da Folha Online.
De acordo com o texto, o aborto também é livre para mulheres até a 22ª que corram risco de morte ou ameças à saúde, ou que o feto tenha má formação. Nesse caso, o fato deve ser certificado por dois médicos. As gestantes que tiverem ultrapassado esse período poderão interromper a gravidez somente diante de anomalia fetal "incompatível com a vida" ou quando o feto sofrer de doença grave e incurável, fato que também dever atestado por um painel de médicos.
A lei que ainda está em vigor, de 1985, já permitia o aborto em casos de estupro, grave malformação do feto e dano à saúde física e psicológica da gestante. Dados divulgados pelo governo espanhol informam que , em 2009, cerca de 116 mil mulheres praticaram o aborto. O aumento foi de 3,27% sobre 2008. Destas, estima-se que mais de 10 mil tivessem até 18 anos de idade.
http://www.conjur.com.br/2010-fev-25/espanha-legaliza-aborto-14-semana-inclusive-adolescentes

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Mulher de Charlie Sheen

 Mulher de Charlie Sheen está em clínica de reabilitação
16 de fevereiro de 2010 12h54 atualizado às 13h02



  Foto: Getty Images Brooke Mueller e Charlie Sheen
Foto: Getty Images

Brooke Mueller, atriz e mulher do ator Charlie Sheen, deu entrada em uma clínica de reabilitação em Malibu, na Califórnia, EUA. As informações são do site TMZ.
Viciada em álcool, ela chamou a polícia na noite do último Natal, acusando o marido de tê-la ameaçado com uma faca. O ator chegou a ser preso em Aspen, no Colarado (EUA) e liberado sob fiança.
No início de fevereiro, foi acusado formalmente por três crimes: violência doméstica contra sua mulher, lesão corporal em terceiro grau e perturbação criminal.
Sheen, 44 anos, astro do seriado cômico Two and a Half Men está casado com Brooke desde maio de 2008. Eles têm dois filhos gêmeos, Bob e Max, de 11 meses.
http://diversao.terra.com.br/gente/noticias/0,,OI4267905-EI13419,00-Mulher+de+Charlie+Sheen+

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Salvador - Nesta sexta-feira (12) 2010

Violência contra a mulher liderou ocorrências do Observatório
Sábado, 13/02/2010 - 20:21
Salvador - Nesta sexta-feira (12), o Observatório da Discriminação Racial, Violência contra a Mulher e a Homofobia, coordenado pela Secretaria Municipal da Reparação (Semur), registrou um aumento significativo de ocorrências, chegando aproximadamente a 100. Entre estas, a principal demanda foi basicamente a violência contra a mulher.
Com a participação de alguns parceiros, já no primeiro momento, o Observatório distribuiu o trabalho em diferentes circuitos com observadores sociais que constataram alguns casos. As observações se intensificaram com a entrega da chave da cidade ao Rei Momo, no Campo Grande, pelo prefeito João Henrique, que formalizou a folia. Apesar do curto espaço de tempo, nesta quinta-feira (11), os observadores conseguiram realizar seu trabalho efetivando observações e recebendo denúncias.

A segunda noite de folia (12) foi marcada por uma ampla distribuição de material informativo, para sensibilizar os foliões sobre a importância de denunciar ações de discriminação.

Parceria - Além do trabalho dos observadores sociais, o Observatório está contando com o apoio de alguns artistas, que ressaltam durante o percurso a importância em denunciar pelo "156" os atos discriminatórios. Os blocos Olodum, Alvorada, o artista Gerônimo, a banda Nossa Juventude, entidades carnavalescas, afoxés, bandas de percussão, qu

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

ACONTECE EM BELO HORIZONTE - Serial killer que agiu no Bairro Industrial, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 2009

Famílias de mulheres mortas brutalmente convivem com dor e revolta

Maria Aparecida não perde esperança de que matador da filha seja pego
A dor de enterrar um familiar vítima da violência só não é maior, em muitos casos, do que a angústia de saber que os órgãos de segurança pública ainda não descobriram o autor da barbárie, como ocorre com parentes das três mulheres violentadas e estranguladas pelo serial killer que agiu no Bairro Industrial, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 2009. O caso foi revelado na última terça-feira, quando o Estado de Minas mostrou com exclusividade que exames do Instituto de Criminalística em amostras de sêmen coletadas nos corpos de Ana Carolina Assunção, de 27 anos, Maria Helena Lopes Aguilar, de 48, e Edna Cordeiro de Oliveira Freitas, de 35, apontaram que elas foram assassinadas pelo mesmo homem.
Além da onda de assassinatos de mulheres registrada em Belo Horizonte entre 1999 e 2001, muitos ainda não esclarecidos, ainda no ano passado homicídios que ganharam destaque pela crueldade continuam sem resposta, entre eles alguns que envolvem violência sexual. Um dos mais chocantes ocorreu em abril, quando um criminoso tirou a vida da universitária Júnia Aparecida da Silva. O corpo da estudante de biologia foi encontrado a cerca de 500 metros de casa, num bota-fora do Bairro Lago Azul, em Ibirité, na região metropolitana. “A polícia continua sem pistas do agressor e não descobriu quem matou minha filha. Sofro dia e noite, mas não perdi a esperança de ver o crime elucidado”, desabafou a mãe da vítima, Maria Aparecida da Cruz Silva, de 49.
Ela guarda com carinho o porta-retrato de sua menina, presente dos colegas de trabalho de Júnia. Volta e meia, quando a saudade aperta, passa horas observando o belo sorriso deixado da garota, cujo corpo apresentava sinais de violência sexual. “Tenho que saber o porquê de alguém ter feito isso com minha filha, pois a Júnia era uma pessoa estudiosa, trabalhadora. Teve bom berço e não se envolvia com pessoas erradas”, acrescentou a mãe. A polícia informou que há três possíveis suspeitos e que “o delegado responsável pelo caso pediu a quebra de sigilo e fez outras representações à Justiça para aprofundar as investigações”.
Também em Ibirité e no mesmo mês, moradores encontraram o corpo de Renata Expedita de Oliveira, com perfurações de facas e sinais de estrangulamento. A polícia não tem um suspeito para o crime. Dor semelhante sofre a família de Marluce da Silva Wolf, também morta em abril. O corpo da garota foi localizado num lixão do Bairro Brasília, em Araguari, no Triângulo Mineiro. A Polícia Civil acredita que o crime foi motivado por vingança, mas a corporação admitiu que ainda não tem um suspeito.
Naquele mesmo mês, Ramayane Rezende, de 19, foi assassinada por asfixia em Sete Lagoas, na Região Central, no dia 13. Ela foi vista pela última vez quatro dias antes de seu corpo ser localizado, na Lagoa Grande, com sinais de violência sexual. A polícia acredita que o crime tenha sido praticado por um homem que apareceu morto três dias depois, mas o inquérito ainda não foi concluído.
Também em abril, o corpo de Cássia Priscila Azevedo Costa, de 25, foi localizado às margens de uma cachoeira da área rural de Bonfim, perto de Igarapé, na região metropolitana. Ela foi estrangulada, mas não foi confirmado o abuso sexual. A polícia informou que o inquérito aguarda resultado de exame de DNA para ser comparado com dois suspeitos.
Outro homicídio que aguarda a identificação do autor pode ter relação direta com a ação do maníaco caçado pela polícia. Ele ocorreu em janeiro de 2009, em BH, onde o corpo da comerciante Adina Feitor Porto foi encontrado com sinais de abuso sexual e estrangulamento.
Original em: http://www.uai.com.br

domingo, 7 de fevereiro de 2010

MUTILAÇÕES FEMININAS

Cerca de 3 milhões de mulheres são vítimas de mutilação genital todo ano

Waris Dirie
Apesar do alto número de vítimas, medidas políticas contra esse tipo de violência contra a mulher deixam a desejar. Na Alemanha, estados preparam projeto de lei para tornar mais rigorosa a punição desse crime.
Mais de 150 milhões de mulheres e meninas foram submetidas a mutilação genital feminina em todo o mundo. Segundo o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), cerca de três milhões de meninas se tornam vítimas dessa prática a cada ano.
Por ocasião do Dia Internacional contra a Mutilação Genital Feminina, 6 de fevereiro, foi lançada em Berlim uma campanha contra esse tipo de violência contra a mulher. A mentora da iniciativa lançada por diversas organizações é a ex-modelo Waris Dirie, ela própria mutilada na idade de 5 anos em seu país de origem, a Somália.
Waris Dirie denuncia que os políticos em todo o mundo, não só na Europa, só fazem promessas vazias. Como encarregada especial das Nações Unidas, ela exige medidas concretas: “É um problema mundial, não apenas africano. Acontece em todo o mundo, e com uma frequência muito maior do que se imagina. É chocante e decepcionante ver os políticos internacionais se omitindo dessa forma”.
Não só na África e nos países árabes
As principais vítimas da mutilação genital são sobretudo meninas e mulheres de 28 países africanos, sobretudo ao sul do Saara. Fora da África, essa prática é comum principalmente em países árabes como Omã e Iêmen. Na Europa e na América do Norte, os imigrantes muitas vezes viajam para seus países de origem para mandar mutilar suas filhas.
A meta da campanha é alertar para esse grave problema mundial por meio de uma propaganda provocadora.
A organização de defesa dos direitos da mulher Terre des Femmes se empenha desde 1983 contra a mutilação de mulheres, sobretudo na África. A política verde alemã Irmingard Schewe-Gerigk, presidente da organização, descreve a resistência contra esse crime: “Em Burkina-Faso, por exemplo, 300 voluntárias combatem a mutilação genital feminina com nosso incentivo e apoio financeiro. Essas mulheres visitam vilarejos e informam a população sobre as consequências nocivas dessa prática”. Até agora, 32 mil meninas puderam ser protegidas da mutilação em consequência desse trabalho voluntário.
A Terre des Femmes também atua em Serra Leoa, onde as mulheres anteriormente incumbidas de realizar a mutilação adquirem chances de mudar de profissão com ofertas de alfabetização, cursos de agricultura ou indenização financeira.
A associação LebKom e.V. (uma sigla que quer dizer “comunicação viva com mulheres em sua própria cultura”) desenvolve projetos no Quênia, a fim de proteger as meninas, fortalecer as mulheres e mobilizar os homens. Na opinião de Kerstin Hesse, atuante há sete anos no Quênia, a mutilação genital feminina só pode ser combatida se todos estiverem envolvidos no processo. Afinal, não adianta uma mulher decidir que não mandará mutilar sua filha, se o resto da família for contra essa decisão.
“Já que no Quênia, assim como no mundo inteiro, são os homens que decidem e determinam as regras dentro da família e na sociedade, nós nos concentramos sobretudo no trabalho com os homens. Oferecemos cursos para 210 docentes, 50% homens e 50% mulheres. Esses cursos foram concebidos para durar três anos e meio. No início do projeto, em 2002, a maioria dos professores matriculados eram defensores radicais da mutilação feminina, uma frente masculina disposta a defender sua cultura”, descreve Hesse.
Entretanto, os profissionais responsáveis pelos cursos se mostraram aptos a lidar com essa reação completamente compreensível dos participantes. Após apenas três meses de curso, homens e mulheres estavam decididos a proteger suas filhas da mutilação. Os participantes acharam tão enriquecedor o que aprenderam nos cursos que se entusiasmaram em dividir esse conhecimento com a maior quantidade possível de pessoas, lembra a política verde alemã e presidente da Terre des Femmes.
Perpectiva de mudar o código penal alemão
Segundo Irmingard Schewe-Gerigk, na Alemanha vivem 20 mil mulheres mutiladas, sendo que 5 mil meninas correm o risco de serem submetidas à mutilação. “Eu gostaria que essas meninas fossem colocadas sob nossa proteção. Temos que fazer tudo para impedir que elas não sejam mutiladas na Alemanha ou durante alguma viagem de férias ao país de origem dos pais”.
Jawahir Cumar, da Somália, orienta mulheres mutiladas na Alemanha
Além disso, as mulheres afetadas teriam direito a assistência médica. Nesse ponto, a Alemanha não oferece as melhores condições, alerta a política verde. É por isso que a Terre des Femmes iniciou uma campanha de assinaturas em colaboração com o centro de planejamento familiar Balance, a fim de assegurar que as vítimas realmente obtenham financiamento para serem examinadas, orientadas e operadas.
Por ocasião do Dia Internacional contra a Mutilação Genital Feminina, políticos alemães fizeram um apelo pelo repúdio dessa prática em todo o mundo.
Na Alemanha, uma mudança na legislação sobre o tema está sendo levada adiante. Os estados de Baden-Württemberg e de Hessen já apresentaram ao Bundesrat, câmara alta do Parlamento alemão, um projeto de lei que prevê uma pena de prisão de pelo menos dois anos para casos de mutilação genital.
Até agora, essa prática era punida apenas como lesão corporal simples ou culposa. Diversos estados com governos conservadores já demonstraram apoio ao projeto de lei.
Essa postura é nova. Em julho de 2009, as bancadas cristãs ainda defendiam as atuais regulamentações penais, considerando um maior rigor legal contraproducente para as vítimas.
Fonte: DW-World
http://refunitebrasil.wordpress.com/2010/02/06/cerca-de-3-milhoes-de-mulheres-sao-vitimas-de-mutilaca

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

PERFIL CRIMINAL

*Criminalidade Feminina, preocupa e reflete déficits ainda maiores do que os já constatados. Essa referência, nos leva a conclusão que o porvir, poderá se deparar ao já sabido histórico negativo, atestando a incompetência do Estado, para com suas prisioneiras. Podendo representar portanto, mais miserabilidade, descomprimento dos Direitos garantidos em Leis, vulnerabilidade nas questões de segurança, e todas as problemáticas que se relacionam á falta de estrutura do sistema prisional feminino.
Assim sendo, requer urgência imediata de políticas governamentais voltadas especialmente para a Mulher Encarcerada...


Voltando no tempo, descobrindo e Analisando...

Antes dos anos 70 e bem depois da antigüidade, os crimes mais praticados pelas mulheres eram os Passionais.


Já entre as decadas de 60 e 70, a figura da mulher aprisionada, se revelava em duas faces. - A da rebeldia e a delituosa. Assim, dividida de um lado, pelas questões políticas, onde o aprisionamento se dava em repúdio á ideologias e militancias não aceitas pelo poder maior do Estado. Já, do outro lado também aprisionado, estavam as mulheres presas por práticas delituosas, sendo o crime de furto, o maior tipificador á garantir mandatos de prisões e condenações pela pratica.

Por ser considerado uma forma "mais acessível, rápida, de menor risco, pouca dedicação, e solitária, (sem a divisão do lucro, proveniente da rés furtiva, ou seja, não necessita de sócios ou sociedades/parcerias). Sendo o furto, muito mais "direcionado á vítimas" femininas, (que dificilmente se expunham, diante da perda material), evitando ocorrências, em face do bem subtraído. Outro "atrativo" que se resguardava na certeza de "correr menos risco" vinha do fato, de que a mulher, mesmo estando na condição de vítima, não tinha/tem por habito, revelar a dor de uma violência sofrida (até por questão de educação) nem tão pouco delatar uma executante."

Contudo, se o furto era o mais praticado, também era o que responsabilizava, apenava, e encarcerava o sexo feminino. Mesmo que em um número bem pequeno, e sem práticas violentas, o ato de tomar para sí o que é de outros, era "recordista" na condução das mulheres transgressoras para as prisões.

Porém, independente do valôr da coisa subtraída, o crime de furto, mantinha mais facilmente a mulher encarcerada, até o cumprimento da pena.

Pelo crime de furto consumado, era atribuida a autora, (réu) a alcunha de ladra, que representava uma definição gravíssima e degradante, até mais que a pena de prisão.

Do início dos anos 70 até 2008, ou seja, após três decadas, o tráfico de drogas surpreende e continua superlotando prisões. Não por ser o crime "preferido" (pois isso não existe, nem condiz com a realidade), mais sim, por ser sempre o mais próximo e "viável de se estar/fazer infiltrada".

Além de não requerer (muito pelo contrário), experiências no ramo, o tráfico de drogas, se oferece como promessa de ganhos "rápidos". Mantendo costumeiramente, vasta e "barata" "mão de obra," o tráfico, consegue se posicionar "dentro do seu mercado" quase sempre, como uma "empresa". Embora, ilícita e criminosa, determinadas "biqueiras", se apresentam como contratantes, que chegam a oferecer benefícios, a seus "empregados".

É muitas vêzes aí, que seduzida pelo "a mais" com "ajuda de custo," cesta básica e a oportunidade do trabalho noturno, (o que permite á "desgraçada desesperada") ora "contrada" estar presente no lar o dia todo, que algumas nem param mais para pensar. Convencidas, primeiro perdem o mêdo, depois a liberdade, e em diversos casos, a vida. O que costumeiramente ocorre, sem que a "mula" chegue a "usufruir sequer, do primeiro trocado.

Uma vez, podendo ter "sua renda sem sacrificar" a família, ou despertar "suspeitas nos vizinhos e pessoas próximas," a mulher, se ve apenas diante das "vantajosas ofertas", que não são encontradas facilmente em outras "modalidades". Assim, resolve se sujeitar a sorte, passando a "traficar" no estalar de dedos.

Como muitas declaram, não se pensa muito, mesmo porque, quando se vai pela forma ilícita procurar saída de uma situação financeira complicada, já começa um comprometimento e este uma vez provocado, coloca a mulher á condição de oferta, ou seja, ela esta se oferecendo e não sendo convidada.

Mesmo existindo inumeras formas de envolvimento com o tráfico e diversas situações de pura ingenuidade, onde também a mulher sofre figurando como vítima de abusos e se vê forçada a obedecer, há as que se decidem por ordem e conta própria.

Claro que entre erros e acertos, há as que optam pela "terceira opção" porém, cada situação tem sua particularidade.


Afinal, junto a tantas "fartas promessas futuras," estando no presente, em total estado de miséria, "o tráfico de drogas" passa a exercer o papel da oportunidade na hora e medida exata que "a envolvida tanto sonhava"...

Sonhava e Sonham... Sem visualizar o lado oposto da generosa oportunidade, nem tão pouco vislumbrar a gravidade do delito se descoberto.


Aumento das Mulheres no Crime


E é assim, que muitas começam a escrever uma história sem final feliz, enquanto outras, nem possuem mais histórias...

Se por um lado, o tráfico escancara a porta, tornando muito fácil o ingresso, também é crime amplamente "farejado," bem investigado e tão rapído á aprisionar.


*Na última década, a população carcerária feminina cresceu em números consideravelmente preocupantes.

Se estabelecermos um parâmetro, comparando em números percentuais, a quantidade de unidades prisionais que existiam, observando, quantas foram "providênciadas ás pressas" e quantas estão sendo projetadas para a mais breve inauguração, teremos uma rápida noção da crescente massa carcerária, que já lota os presídios.

Sem a mínima condição de dignidade

Os estabelecimentos prisionais femininos, que foram sendo criados dentro de um "improviso emergencial" estão em sua maioria, inapropriados e totalmente precários sobre todos os aspectos, não oferecendo nem a mínima condição de dignidade, para que se cumpra a cautela prisional e/ou a sentença penal condenatória.

Mesmo sendo uma estatística assustadora, as mulheres continuam representando uma parcela muito pequena da população carcerária brasileira, (aproximadamente em torno de 5 a 6%) se comparada aos índices da massa carcerária masculina.



Futuro de mais mulheres aprisionadas


Apresentando uma realidade muito diferente do que se pressumia e "esperava", não inibiu, nem impede que o sexo feminino continue caminhando rápidamente e em grupos grandes, para o universo da marginalidade. Representando assim, um numerário futuro bem maior, do feminil aprisionado...



O Vermelho do alerta sinaliza

O que diante da inexistência de uma infraestrutura adequada, tanto no aspecto físico, como humano contraria o que se podería prever e já o vermelho do alerta, sinaliza, esboçando a urgência, que deve ser tratada em conjunto pelo Governo, á medidas necessárias, com foco totalmente direcionado para a criação e prática de Políticas Especiais para as mulheres encarceradas. Ou seja, o que já é inegavelmente cruel e desumano, cercado de ínumeros problemas, tende a se agravar, se não for imediatamente priorizado.

O tráfico


Este aumento de mulheres presas na última década se deu pelo grande número de condenações por posse, uso e tráfico de drogas. O perfil foi mudando, assim como os delitos. Crimes que, (nem mesmo poderiam ser caracterizados como tal), por se tratar mais de questões políticas e ideológicas, em função da repressão nos anos 70, levavam muitas mulheres injustamente para os cárceres, o equivalente a 10%. Já no final da década de 80, representavam 28% das condenações e em 2004 passaram a representar 60% do ingresso do sexo feminino nos cárceres. O que aumenta a necessidade de estruturar, humanizar e investir com vontade na questão.

Marcando uma era

Há os que acreditam que a emancipação, levou a muitas "outras" conquistas, e fortaleceu o rompimento corajoso com o elemento machista. Assim, em pouco tempo, a mulher já com outra forma de pensar e agir, podendo sonhar, falar e ser ouvida, unindo forças, desafiando obstáculos e buscando igualdade, foi marcando uma era. Tornando-se dona de seus atos, e ganhando terreno.

Com a crescente participação feminina no mercado de trabalho, nos salões públicos, na política, enfim, foi se possibilitando o execício da coragem em meio às conquistas e oportunidades.

A vida é uma perversa madrasta

Portanto, para aquelas, em que as possibilidades se desviaram, tornando impraticáveis suas buscas, ficou sensação constante da decepção e do fracasso. Sem o alento ou ilusão de uma melhor perspectativa futura, se afastava ainda o sonho do sonhador.

Se esta busca, já indicava a incerteza, ou apontava para o mundo do crime, agora, não mais importa... Pois para muitas, a vida é uma perversa madrasta, zombando do sofrimento alheio, sem nada ofertar...

Universo que se amplia mas, impede e limita

É num Universo que se amplia e se amontoa, que também se impede e se limita. No conglomerado, que vai misturando culturas, hábitos, religiões, idiomas, pele, olhos, cores e cabelos, torna destaque único a miscigenação, que atesta e provando, endossa, que o crime, assim como o criminoso, não precisa de disfarces, nem esconde mais o rosto, porque este, não tem face.



A Criminalidade apenas mudou de endereço

O que nos leva a entender, que a criminalidade, mudou de endereço, e não sobrevive apenas num espaço, assim tal qual a violência, ela é democrática podendo estar ao alcance de todos... E esta, que ja não veste mais, apenas um corpo pardo, nem faz do homem seu único escravo, revela uma mudança no todo.

A criminalidade, que transforma a mulher em sua cumplice e parceira, não representa mais o medo, que era imperante, e leva algumas a "desafiar" a sorte...

A mulher então, além de cometer crimes, até mesmo para “desafiar” provando como efeito, foi provocando um menor grau de tolerância do Sistema de Justiça Criminal para com os delitos cometidos pelo sexo feminino.

O que em meados do ano de 2006, já despertava relevantes preocupações, pois além de haver uma marcha rápida para o aumento de mulheres envolvidas com o mundo do crime, estes, também já se transformavam. Passando de uma para a outra ação delituosa com participação feminina ativa. Assim,mulheres que antes eram detidas em sua maioria, por crimes passionais, furtos, tráficos de drogas, tornaram-se atuantes em crimes diversos, (mesmo não sendo estes recordistas) como assalto a bancos e seqüestros.

A Sobra do resto

O fato das mulheres ocuparem posições subalternas ou menos importante na estrutura do tráfico, por exemplo, tendo poucos recursos para negociar sua liberdade quando capturadas pela polícia, vai grifando perdas irreversíveis. Sem condições para a contratação de um defensor, "se entendendo então" desamparada, vai contribuindo para a futura "explicação" ou tentativa, que versara na autodefesa. Assim, e quase sempre, se repetirá para todos que desta se aproximar, e isso poderá ser a sobra do resto que findou, transformada em uma inverídica, mas pura verdade e isso, por um longo tempo...



Sentenças diversas em escalas progressivas


Os seqüestros e extorsões eram praticamente crimes inexistentes em sentenças condenatórias femininas, hoje, porém, já existem diversas sentenças sendo proferidas em escalas progressivas, referentes à estes tipos de crime, que refletem de forma significativa, nas condenações com extorsões e mediantes a seqüestros.

-"Seria o Rosa Choque, o Choque da Rosa, ou o Rosa Choque, que assusta, preocupa e também Choca?"

Mas sendo o tráfico de drogas, ainda o delito responsável por colocar cada vez mais mulheres atrás das grades, ficou a cruel dúvida. Assim sendo, a célere entrada do sexo feminino no mundo do crime, chega ao final do mes de outubro de 2008, com uma média aproximada, conforme dados do *Depen (Ministério da Justiça) de Vinte e Oito Mil Mulheres

/2010/02/um-novo-perfil-da-criminalidade.html

Violência no namoro debates em Portugal

Violência começa no namoro

por
susana pinheiro
braga14 Novembro 2005
Engane-se quem pensa que a violência nas relações íntimas é coisa de casamento, com o homem a subjugar a mulher. As novas gerações provam o contrário e começam a agredir-se mutuamente já na adolescência. Chegam ao ponto de insultar, ameaçar e até esbofetear, o que constitui um alerta de risco para a violência marital. O problema está a ser alvo de estudo a nível nacional e, inclusive, uma psicóloga quer implementar um programa de prevenção nas escolas do País para diminuir estes comportamentos.
"Eles acham que dar uma bofetada é normal", diz a psicóloga Sónia Caridade, da Universidade do Minho (UM), em Braga, co-autora, com Carla Machado, do estudo nacional "Violência nas Relações Amorosas Comportamentos e Atitudes nos Jovens". No namoro, explica, as agressões são mútuas e a vítima interpreta esses actos "erradamente" como sendo de ciúme, minimizando o episódio, e crê que, com o casamento, as coisas vão mudar. "Geralmente, a violência intensifica-se", afirma.
Sónia Caridade constatou alguns destes aspectos, depois de ter inquirido cerca de três mil pessoas, entre os 15 e os 25 anos, abrangendo estudantes do ensino profissional, do secundário, população universitária e, por fim, jovens que abandonaram a escolaridade. Dos 685 indivíduos até à data analisados, na zona do Porto, a rondar os 19 anos, concluiu que os alunos do ensino profissional toleram mais a violência no namoro do que os que se encontram na universidade.
A maioria dos inquiridos afirma discordar da violência, mas os dados revelam que 24% deles recorrem ao abuso emocional e 22% chegam mesmo a praticar agressões físicas. Para além disso, 27% admitiram ter sido vítimas de pelo menos um acto abusivo durante o último ano, enquanto 33% confirmaram ter adoptado este tipo de condutas em relação ao parceiro. O abuso é mais tolerado pelo sexo masculino, mas diminui à medida que os estudantes avançam no seu percurso escolar. O que, segundo a psicóloga, se deve à "maior maturação decorrente da idade e aos desafios suscitados pela relação".
Para a psicóloga Susana Lucas, docente no Instituto Piaget, "a imaturidade e a falta de experiência, em conjunto com os esforços de querer assemelhar-se aos adultos para dominar e controlar, podem contribuir para a manifestação de comportamentos violentos para com os outros". Considera, por isso, que "a violência é um fenómeno cultural e é fundamental quebrar o elo geracional do pai que bate na mãe e do filho que vai bater na mulher".
Daí a necessidade de implementar o programa de prevenção, denominado "Dossier Intimidation", nas escolas do 2.º ciclo do Ensino Básico, em 2006. "Espera-se que o sujeito e toda a comunidade envolvente sejam capazes de detectar e/ou evitar situações potencialmente perigosas", explica. Os alunos deverão ser capazes de decidir quando não querem algo, sem que se desencadeiem sentimentos de culpa. Pretende-se identificar factores que caracterizem os adolescentes vítimas e perpetradores de violência, e elaborar um plano de medidas de intervenção comunitária.
Namoros de adultos. No caso dos namorados em idade adulta, a psicoterapeuta Marlene Matos, da Unidade de Consulta em Psicologia da Justiça e Reinserção Social, da UM, diz que a agressão é semelhante à que ocorre nas relações maritais. "O agressor recorre às mesmas estratégias de vitimação, ou seja, à violência psicológica e às tentativas de controlo social da vida da vítima", explica. Seguem- -se depois as ofensas físicas e os abusos sexuais.
Algumas mulheres acabam por sofrer tanto como as que já estão casadas, diferenciando-se apenas pela inexistência do vínculo do matrimónio e de filhos. Mas a ocorrência da violência no namoro deveria representar "um sinal de alarme" para as mulheres. Tanto que, nas suas consultas na UM, algumas vítimas de violência marital recordam ter tido elevada conflituosidade e maus tratos verbais na fase de namoro.
Tal como no casamento, explica Marlene Matos, também no namoro "o medo da mulher é um aliado do agressor". O receio de perseguições e retaliações acaba por levá-la a render-se ao domínio do namorado, o que muitas vezes a impede de reagir mais cedo.
No caso de "Maria", as constantes bofetadas e pontapés acabaram por levá-la a procurar apoio, apesar de não ter apresentado queixa na polícia. O namorado, de 21 anos, foi a uma sessão e depois o psicólogo perdeu-lhe o rasto. "Manuel", chamemos-lhe assim, identificou--se como sendo a vítima, acusando-a de o "deixar inseguro, agredir verbalmente e ser injusta" na relação. "Ela retribui o amor que tenho por ela acusando-me de várias coisas. É ingrata porque diz que me vai deixar e descontrolo-me", conta.
Para o "José", licenciado, foi diferente aconselhou a "Vera" a ir à consulta, "porque achava que ela tinha um problema", mas ela abandonou-o porque ele "lhe controlava os movimentos e batia". Para saber o que se passava, José fez-se passar por utente e apresentou-se como o namorado "daquela que tinha problemas". Não negou as agressões físicas à namorada, mas disse "perder o controlo porque ela era muito ciumenta".
Para o psicólogo Rui Abrunhosa, da UM, os agressores podem melhorar a atitude face à mulher. Mas, para isso, esta precisa de de-senvolver "estratégias para ser capaz de perceber quando ele está a pisar o risco".

http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O   I.D.D.P.H. - Instituto de Defesa da Dignidade da Pessoa Humana ,ESTA INICIANDO OS TRABALHOS E ESTUDOS NESTE ANO DE 2010 .PEDIMOS LICENÇA PARA ENTRAR EM SUA RELAÇAO DE EMAILS ,AGRADECEMOS PELA SUA CONFIANÇA NOS ARTIGOS AQUI RETRANSMITIDOS DE SITES DE CONFIABILIDADE , E  SE  DESEJAR  NAO RECEBER MAIS ESTAS INFORMAÇOES, FAVOR RESPONDER O EMAIL , NAO E NECESSARIO JUSTIFICAR .OBRIGADO.