Famílias de mulheres mortas brutalmente convivem com dor e revolta
Além da onda de assassinatos de mulheres registrada em Belo Horizonte entre 1999 e 2001, muitos ainda não esclarecidos, ainda no ano passado homicídios que ganharam destaque pela crueldade continuam sem resposta, entre eles alguns que envolvem violência sexual. Um dos mais chocantes ocorreu em abril, quando um criminoso tirou a vida da universitária Júnia Aparecida da Silva. O corpo da estudante de biologia foi encontrado a cerca de 500 metros de casa, num bota-fora do Bairro Lago Azul, em Ibirité, na região metropolitana. “A polícia continua sem pistas do agressor e não descobriu quem matou minha filha. Sofro dia e noite, mas não perdi a esperança de ver o crime elucidado”, desabafou a mãe da vítima, Maria Aparecida da Cruz Silva, de 49.
Ela guarda com carinho o porta-retrato de sua menina, presente dos colegas de trabalho de Júnia. Volta e meia, quando a saudade aperta, passa horas observando o belo sorriso deixado da garota, cujo corpo apresentava sinais de violência sexual. “Tenho que saber o porquê de alguém ter feito isso com minha filha, pois a Júnia era uma pessoa estudiosa, trabalhadora. Teve bom berço e não se envolvia com pessoas erradas”, acrescentou a mãe. A polícia informou que há três possíveis suspeitos e que “o delegado responsável pelo caso pediu a quebra de sigilo e fez outras representações à Justiça para aprofundar as investigações”.
Também em Ibirité e no mesmo mês, moradores encontraram o corpo de Renata Expedita de Oliveira, com perfurações de facas e sinais de estrangulamento. A polícia não tem um suspeito para o crime. Dor semelhante sofre a família de Marluce da Silva Wolf, também morta em abril. O corpo da garota foi localizado num lixão do Bairro Brasília, em Araguari, no Triângulo Mineiro. A Polícia Civil acredita que o crime foi motivado por vingança, mas a corporação admitiu que ainda não tem um suspeito.
Naquele mesmo mês, Ramayane Rezende, de 19, foi assassinada por asfixia em Sete Lagoas, na Região Central, no dia 13. Ela foi vista pela última vez quatro dias antes de seu corpo ser localizado, na Lagoa Grande, com sinais de violência sexual. A polícia acredita que o crime tenha sido praticado por um homem que apareceu morto três dias depois, mas o inquérito ainda não foi concluído.
Também em abril, o corpo de Cássia Priscila Azevedo Costa, de 25, foi localizado às margens de uma cachoeira da área rural de Bonfim, perto de Igarapé, na região metropolitana. Ela foi estrangulada, mas não foi confirmado o abuso sexual. A polícia informou que o inquérito aguarda resultado de exame de DNA para ser comparado com dois suspeitos.
Outro homicídio que aguarda a identificação do autor pode ter relação direta com a ação do maníaco caçado pela polícia. Ele ocorreu em janeiro de 2009, em BH, onde o corpo da comerciante Adina Feitor Porto foi encontrado com sinais de abuso sexual e estrangulamento.
Original em: http://www.uai.com.br
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